sábado, 31 de maio de 2008



Pérolas de Amor

O mundo é um jardim
Onde Deus é Jardineiro
Que um dia virá colher
Flores e frutos de um canteiro
As sementes que lançou
Tinham boa qualidade
Mas alguém joio lançou
E assim nasceu a maldade
No meu canteiro Senhor
Não quero semear querelas
Semeio rosas e cravos
Para que Tu colhas pérolas
Quando Deus vier colher
Os frutos do Seu labor
Que seja a mais bela safra
Colhendo pérolas de amor


Autora: Maria do Céu Oliveira




A mais bela tela

Foste Tu Senhor
O maior pintor
Que em tela
Tão bela
O mundo pintaste
Foste Tu Senhor
O maior escultor
Apenas com barro
O homem criaste
Ainda não contente
Tu criaste mais
Criaste as plantas
E os animais
Já tudo acabado
Ainda pincelaste
As mais belas flores
Que por fim perfumaste

Autora: Maria do Céu Oliveira


sábado, 17 de maio de 2008

Alguns trabalhos feitos por mim


Estas peças de barro já têm uns bons anos... foram realizadas em 1973...
Algum jeito e um normal forno de cozinha foram os ingredientes.

Esta peça é feita em terracota

trabalho em tela feito com a técnica do guardanapo

sexta-feira, 16 de maio de 2008



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..alguns dos objectos que fui adquirindo, ao longo da minha vida e pelos quais nutro um carinho muito especial...





Aguarela da Saudade

Em noites tão belas e sonhando ao luar
Sou eu meu amor que à vida faço uma prece
Sonho com o tempo quando os beijos sabiam a mar
Mas sinto meu amor que este sonho me entristece

Ai! meu amor a nossa vida foi tão bela
Mas a maldade apareceu sem marcar vez
Do passado só resta uma linda aguarela
Que dia após dia o tempo nunca desfez

Vinte e cinco anos passaram meu amor
Tão curto no tempo mas já tão distante
Sinto em minha boca a tua cheia de calor
E teu olhar me acariciando num instante

Se tudo foi um sonho ou foi realidade
Era esse amor feliz que eu desejei de ti
Vinte e cinco anos depois já são saudade
Nesta aguarela da saudade amor eu te senti


Autora: Maria do Céu Oliveira



Lágrima Perdida

Nas longas noites passadas
De mil sonhos com amor
Ai! tristezas enterradas
Cobertas pela minha dor
A terra humedecida
Tem perfume de jasmim
Como a lágrima perdida
Chorada dentro de mim
No meu jardim encantado
Com o sol não apagado
Ouço os cânticos das flores
Seus cânticos têm magia
Beleza e nostalgia
Sabem a beijos de amores

Autora: Maria do Céu Oliveira



Moinho de Água

Moinho de água corrente
Meu encanto em menininha
Ficava sempre contente
Ao ver sair a farinha

O moleiro noite e dia
Não travava o seu andar
A água essa corria
Para a mó fazer girar

És tão velho meu moinho
Eu também para lá caminho
Mas que importa a idade

Hoje és a recordação
Que mói no meu coração
Uma profunda saudade


Autora: Maria do Céu Oliveira





Outono em Sinfonia

Em areias construí castelos
Que pensei serem os mais belos
Mas em primaveras já distantes
A pouco e pouco ruiram
E no meu coração abriram
Feridas dilacerantes


Chegou o Verão para queimar
A flor que não quis murchar
Na Primavera vivida
No meu rosto ficaram traços
De uma vida sem abraços
Da estrada já percorrida

Anunciou-se o Outono
Meu corpo num abandono
Desfolhou sua nudez
Deitou fora as amarguras
Envolveu-se de ternuras
Quis amar mais uma vez

O Inverno está tão perto
Não serei ramo deserto
Quando tocar à minha porta
Serei folha adormecida
Quero ser folha com vida
Não quero ser folha morta

Quando à vida disser adeus
Que veja com os olhos meus
Um mundo de bem querer
Com risos de felicidade
E possa dizer com saudade
Valeu a pena viver

Autora: Maria do Céu Oliveira

domingo, 11 de maio de 2008


MENSAGEM DE UM CÃO


Sou um animal sem fala
Por isso não posso dizer
Aquilo que me vai na alma
E muito me faz sofrer
Sou um animal
A quem chamaram cão
Por isso eu não consigo
Esmolar estendendo a mão
Sou um animal
Sou um cão
Mas prefiro meu penar
Os homens que por mim passam
Não sabem o que é amar
Sou um animal
Sou um cão
Que ama sem condição
Amo todos que sabem ler
Meu pequeno coração
Apesar de ser um cão
Sei ler vossos pensamentos
E creiam que tenho pena
De todos os sofrimentos
Sou um animal
Sou um cão
Pois DEUS assim o quis
Amo todos que conheço
Por isso eu sou FELIZ
Choro por meus irmãos
Que pela rua vagueiam
Cheios de fome e de sede
Apesar de serem bons
Muitos homens os odeiam
Se eu soubesse falar
Apenas queria dizer
Fixem o meu olhar
Pensem no que vão fazer
Meu dono sei que me ama
E por ele eu sinto amor
Sou um animal
Sou um cão
Sei quanto vale o AMOR

Autora: Maria do Céu Oliveira



sábado, 10 de maio de 2008














Ser livre

Voar é ser livre
Livre de pensar, amar, sentir
Sorrir, cantar, chorar, dar e sonhar
Sair de si próprio para se encontrar
Partir e não voltar, chegar aqui e além
Não amar ninguém odiar porque nasceu e não morreu
Estar viva sem vida, amar sem ter amor
Saber que é sem saber quem é e porque é
Ó meu DEUS dá-me a tua mão
Que eu estou perdida
Dá-me guarida
No Teu coração

Autora: Maria do Céu Oliveira



Missão de Paz

Foi em Novembro passado
Todo o mundo estremeceu
Um massacre em Stª Cruz
E muita gente morreu

Portugal chorou seus filhos
Os jovens não mais calaram
Missão de Paz foi a voz
Para todo o mundo a levaram

O barco partiu para além
Levando gente daqui
Flores para quem morreu
Lá muito longe em Dili

Foi com grande emoção
Quando avistaram Timor
Pois sabiam que ali perto
Muitos choraram de dor

Choraram no barco choraram
Não os deixaram passar
E no derradeiro adeus
Deitaram as flores para o mar

E Timor todo em silêncio
Ajoelhou-se e rezou
Lembrando todos os seus filhos
Que a Indonésia matou

E eu que aqui fiquei
A contar os vossos feitos
Pergunto ao mundo inteiro
Onde estão os vossos DIREITOS?

Autora: Maria do Céu Oliveira

(escrito em Março de 1992, reportando-se ao massacre no cemitério de Stª Cruz em de Dili - Timor. em Novembro de 1991)



Porto de Abrigo

Ando à deriva
Neste mar de gente
Que alguém um dia
Terra lhe chamou
Ando perdida
Não encontro porto
Não tenho norte
Não sei onde estou
Já estou cansada
De tanta tormenta
No porto certo
Eu queria entrar
Mas todos os portos
Me foram fechados
Só o teu Senhor
Me deixou ficar

Autora: Maria do Céu Oliveira



Menino Jesus

Sonhei que corria
Num campo florido
Deitei-me no chão
Ouvi um gemido

Corri como louca
E fui encontrar
Um menino sentado
Que estava a chorar

Limpei suas lágrimas
E dei-lhe o meu pão
Comeu e sorriu
Pegou-me na mão

Beijou minha testa
Afagou meu rosto
Brincamos e rimos
Até ao sol posto

Como estava frio
Ao colo o peguei
Dormimos mil anos
Ao certo não sei

Mamã me chamou
Quando acordei
Ia dar-lhe um beijo
Já não o encontrei

Acordei finalmente
E que grande alegria
O menino era o filho
Da Virgem Maria

Autora: Maria do Céu Oliveira


terça-feira, 6 de maio de 2008