sábado, 23 de fevereiro de 2008



Mãos de Mulher

Ainda ontem eram finas e reais
Hoje são disformes, e frias
Já tiveram gestos divinais
ó, tristes mãos, como estais vazias
A misérias que não tinham nome
limparam as lágrimas da dor
deram pão a quem tinha fome
rezaram a Deus com muito fervor
Amanhã, não valem nada
serão mãos de velha abandonada
dormitando num banco do jardim
Trémulas, escondidas junto ao peito
não têm beleza e estarão sem jeito
mantendo a pureza do marfim

Autora: Maria do Céu Oliveira