quinta-feira, 31 de julho de 2008
Valeu a pena?
Meus irmãos.
Hoje meu grito supera minhas perdas pessoais. Eu tenho escrito de sofrimentos, de algumas lutas e algumas conquistas.
Claro que a vida precisa seguir seu rumo, que ainda que eu tente fazer alguma obra social nunca será o bastante.
Hoje rogo aos amigos: Não apenas a leitura, mas uma visualização das fotos.
Vivemos num País abençoado. Rios, florestas e uma abundância que se pode tirar do solo fértil.
Há fome? Desemprego? Violência?
-Sim há.
Crianças em situação de risco, famílias em desamparo.
Aqui, nesse País de tantas riquezas se morre pela má vontade humana e de alguns governantes. Matamos todos os dias com nosso egoísmo e comodismo o sonho de muitos brasileiros.
Hoje abro o arquivo mais triste da minha existência, divido com os amigos a dor da impotência diante das imagens tão marcantes capazes de comover o coração mais duro.
Somos todos filhos de Deus?
Somos sua imagem e semelhança?
Olhem meus amigos, pelo amor de Deus Olhem essas crianças!
São nossos irmãos não importando a nacionalidade, se Deus é único somos uma única irmandade.
Aqui lanço um desafio, quem tiver uma imagem igual a essas de alguma criança brasileira poste e comente. Repreendam-me. Mas não se cale.
Não falo da fome de um dia, ou de algum item que falta no almoço ou no jantar.
Em verdade eu nada falo apenas me pasmo a olhar e tentar de todas as formas unirem numa grande corrente de amor, para que nosso Brasil não se torne uma África de abandono e desamor. E que com nossas lutas possamos um dia levar ao povo africano tão sofrido um pouco do que conseguimos com nossas lutas mudar essa realidade que grita.
O grito mais triste que o mundo já ouviu: Abaixo a ganância!
Abaixo a sobrevida.
Vamos levar amor onde a fé foi perdida.
Autora: Clara Arruda
BORDANDO
Quando eu era pequeno, minha mãe
costurava muito.
Eu me sentava no chão, brincando perto dela,
e sempre lhe perguntava o que estava fazendo.
Respondia que estava bordando.
Todo dia eram as mesmas perguntas
e a mesma resposta.
Observava seu trabalho de uma posição
abaixo de onde ela se encontrava sentada
e repetia:
"Mãe, o que a senhora está fazendo?"
Dizia-lhe que, de onde eu olhava,
o que ela fazia me parecia muito estranho
e confuso.
Era um amontoado de nós e fios
de cores diferentes, compridos, curtos,
uns grossos e outros finos.
Eu não entendia nada.
Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente
me explicava:
"Filho, saia um pouco para brincar
e quando terminar meu trabalho eu chamo você e o coloco sentado em meu colo.
Deixarei que veja o trabalho da minha posição”.
Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo:
"Por que ela usava alguns fios de cores escuras
e outros claros?”
"Por que me pareciam tão desordenados
e embaraçados?"
"Por que estavam cheios de pontas e nós?"
"Por que não tinham ainda uma forma definida?"
"Por que demorava tanto para fazer aquilo?"
Um dia, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou:
"Filho, venha aqui e sente em meu colo"
Eu sentei no colo dela e me surpreendi
ao ver o bordado. Não podia crer!
Lá de baixo parecia tão confuso!
E de cima vi uma paisagem maravilhosa!
Então minha mãe me disse:
"Filho, de baixo, parecia confuso
e desordenado porque você não via que
na parte de cima havia um belo desenho.
Mas, agora, olhando o bordado
da minha posição,
você sabe o que eu estava fazendo".
Muitas vezes, ao longo dos anos,
tenho olhado para o céu e dito:
"Pai, o que estás fazendo?"
Ele parece responder:
"Estou bordando a sua vida, filho."
E eu continuo perguntando:
"Mas está tudo tão confuso... Pai,
tudo em desordem. Há muitos nós,
fatos ruins que não terminam
e coisas boas que passam rápido.
Os fios são tão escuros.
Por que não são mais brilhantes?"
O Pai parece me dizer:
"Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, confie em Mim... e Eu farei
o meu trabalho. Um dia, colocarei você
em meu colo e então vai ver
o plano da sua vida da minha posição."
Muitas vezes não entendemos
o que está acontecendo em nossas vidas.
As coisas são confusas, não se encaixam
e parece que nada dá certo.
É que estamos vendo o avesso da vida.
Do outro lado, Deus está bordando...