sexta-feira, 16 de maio de 2008



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..alguns dos objectos que fui adquirindo, ao longo da minha vida e pelos quais nutro um carinho muito especial...





Aguarela da Saudade

Em noites tão belas e sonhando ao luar
Sou eu meu amor que à vida faço uma prece
Sonho com o tempo quando os beijos sabiam a mar
Mas sinto meu amor que este sonho me entristece

Ai! meu amor a nossa vida foi tão bela
Mas a maldade apareceu sem marcar vez
Do passado só resta uma linda aguarela
Que dia após dia o tempo nunca desfez

Vinte e cinco anos passaram meu amor
Tão curto no tempo mas já tão distante
Sinto em minha boca a tua cheia de calor
E teu olhar me acariciando num instante

Se tudo foi um sonho ou foi realidade
Era esse amor feliz que eu desejei de ti
Vinte e cinco anos depois já são saudade
Nesta aguarela da saudade amor eu te senti


Autora: Maria do Céu Oliveira



Lágrima Perdida

Nas longas noites passadas
De mil sonhos com amor
Ai! tristezas enterradas
Cobertas pela minha dor
A terra humedecida
Tem perfume de jasmim
Como a lágrima perdida
Chorada dentro de mim
No meu jardim encantado
Com o sol não apagado
Ouço os cânticos das flores
Seus cânticos têm magia
Beleza e nostalgia
Sabem a beijos de amores

Autora: Maria do Céu Oliveira



Moinho de Água

Moinho de água corrente
Meu encanto em menininha
Ficava sempre contente
Ao ver sair a farinha

O moleiro noite e dia
Não travava o seu andar
A água essa corria
Para a mó fazer girar

És tão velho meu moinho
Eu também para lá caminho
Mas que importa a idade

Hoje és a recordação
Que mói no meu coração
Uma profunda saudade


Autora: Maria do Céu Oliveira





Outono em Sinfonia

Em areias construí castelos
Que pensei serem os mais belos
Mas em primaveras já distantes
A pouco e pouco ruiram
E no meu coração abriram
Feridas dilacerantes


Chegou o Verão para queimar
A flor que não quis murchar
Na Primavera vivida
No meu rosto ficaram traços
De uma vida sem abraços
Da estrada já percorrida

Anunciou-se o Outono
Meu corpo num abandono
Desfolhou sua nudez
Deitou fora as amarguras
Envolveu-se de ternuras
Quis amar mais uma vez

O Inverno está tão perto
Não serei ramo deserto
Quando tocar à minha porta
Serei folha adormecida
Quero ser folha com vida
Não quero ser folha morta

Quando à vida disser adeus
Que veja com os olhos meus
Um mundo de bem querer
Com risos de felicidade
E possa dizer com saudade
Valeu a pena viver

Autora: Maria do Céu Oliveira