. ..alguns dos objectos que fui adquirindo, ao longo da minha vida e pelos quais nutro um carinho muito especial...
Aguarela da Saudade
Em noites tão belas e sonhando ao luar Sou eu meu amor que à vida faço uma prece Sonho com o tempo quando os beijos sabiam a mar Mas sinto meu amor que este sonho me entristece
Ai! meu amor a nossa vida foi tão bela Mas a maldade apareceu sem marcar vez Do passado só resta uma linda aguarela Que dia após dia o tempo nunca desfez
Vinte e cinco anos passaram meu amor Tão curto no tempo mas já tão distante Sinto em minha boca a tua cheia de calor E teu olhar me acariciando num instante
Se tudo foi um sonho ou foi realidade Era esse amor feliz que eu desejei de ti Vinte e cinco anos depois já são saudade Nesta aguarela da saudade amor eu te senti
Autora:Maria do Céu Oliveira
Lágrima Perdida
Nas longas noites passadas De mil sonhos com amor Ai! tristezas enterradas Cobertas pela minha dor A terra humedecida Tem perfume de jasmim Como a lágrima perdida Chorada dentro de mim No meu jardim encantado Com o sol não apagado Ouço os cânticos das flores Seus cânticos têm magia Beleza e nostalgia Sabem a beijos de amores
Autora:Maria do Céu Oliveira
Moinho de Água
Moinho de água corrente Meu encanto em menininha Ficava sempre contente Ao ver sair a farinha
O moleiro noite e dia Não travava o seu andar A água essa corria Para a mó fazer girar
És tão velho meu moinho Eu também para lá caminho Mas que importa a idade
Hoje és a recordação Que mói no meu coração Uma profunda saudade
Autora: Maria do Céu Oliveira
Outono em Sinfonia
Em areias construí castelos Que pensei serem os mais belos Mas em primaveras já distantes A pouco e pouco ruiram E no meu coração abriram Feridas dilacerantes
Chegou o Verão para queimar A flor que não quis murchar Na Primavera vivida No meu rosto ficaram traços De uma vida sem abraços Da estrada já percorrida
Anunciou-se o Outono Meu corpo num abandono Desfolhou sua nudez Deitou fora as amarguras Envolveu-se de ternuras Quis amar mais uma vez
O Inverno está tão perto Não serei ramo deserto Quando tocar à minha porta Serei folha adormecida Quero ser folha com vida Não quero ser folha morta
Quando à vida disser adeus Que veja com os olhos meus Um mundo de bem querer Com risos de felicidade E possa dizer com saudade Valeu a pena viver