Tenho na boca o gosto de um amor puído,
nos lábios a sensação de um beijo gasto,
nos olhos uma cor de musgo cobrindo pedras esquecidas,
nos braços o frio das estátuas em jardins abandonados,
nos dedos o gelo dos lagos de águas paradas, e na pele que encobre as realidades obscuras latejando no corpo... ah!, na pele desse corpo vibra, em assumido paradoxo, a ardência que traz no bojo o desejo inflamado, explosivo, urgente, da consumação táctil de um amor estranho, desconhecido, esporádico talvez, mas inteiro e circularmente saciante...© Rita Pais 2014
(ao abrigo do código do direito de autor)
(Foto: from «Je sublime», s/ identificação de autor)
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